Bilionário luta por imposto maior para ricos
Tese é que consumidor de classe média precisa de renda para aquecer economia
FELIPE GUTIERREZ DE SÃO PAULO
"Os
investimentos sociais são essenciais e precisam vir, idealmente, dos
ricos e das empresas lucrativas." O autor da frase, Nick Hanauer, ganhou
dezenas de milhões de dólares em 2011 e pagou 11% de impostos.
Empreendedor de Seattle, adotou como causa a de que ricos paguem imposto maior.
Não está sozinho. O investidor Warren Buffett, o quarto homem mais rico do mundo, defende a mesma tese.
Bill
Gross, fundador da empresa de investimentos Pimco, chamou os ricos que
não querem pagar mais impostos de "Tio Patinhas" e prega alíquotas
maiores nas declarações públicas que dá.
Hanauer
já carrega essa bandeira há alguns anos: escreveu dois livros sobre o
tema. Ambos estão disponíveis na loja virtual da qual ele é sócio: a
Amazon.
Ele
conta que, há vários anos, conversava com um amigo sobre o grande
potencial da internet. "Fui o primeiro investidor na empresa dele. O
nome dele é Jeff Bezos."
Além disso, vendeu, por US$ 6,4 bilhões, uma empresa de marketing à Microsoft.
Segundo
Hanauer, a Amazon tem cerca de 80 mil empregados e é responsável por
uma perda de mais de 900 mil vagas --o cálculo leva em conta o número de
trabalhadores necessários no varejo tradicional para vender o mesmo que
a loja virtual.
Para
que essas pessoas voltem a participar da economia, diz o bilionário, é
preciso investir nelas os impostos cobrados dos mais ricos.
Sua
tese é a seguinte: em um país onde o mercado interno é forte, a
economia só cresce se os consumidores tiverem dinheiro. Mas a classe
média, como professores e médicos, gasta de 35% a 39% de sua renda em
impostos, enquanto milionários pagam, no máximo, 15%.
Hanauer
diz que escolheu doar seu tempo e recurso a "forçar todos a fazer a
coisa certa". Segundo ele, o dinheiro que gasta com lobby já dá
resultados --o salário mínimo da sua região passou de US$ 7,50 para US$
15/hora.
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