Pizzolato revela na Itália dossiê que embaraça julgamento de Barbosa
18/11/2013 16:29
Por Redação, com colaboradores - de Roma, Rio de Janeiro e Brasília
Por Redação, com colaboradores - de Roma, Rio de Janeiro e Brasília
Jobim presidiu o STF no início do processo do ‘mensalão’
O
pior pesadelo do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim
Barbosa, que tem dado repetidas mostras de interesse pela vida política,
começa a se transformar em realidade nas próximas horas, em Roma. O
ex-diretor do Banco do Brasil Francisco Pizzolato fará chegar às mãos de seus advogados italianos o relatório de perto de mil páginas, que o Correio do Brasil
divulga, com exclusividade, no qual apresenta provas de que o dinheiro
que deu origem à Ação Penal 470 no STF origina-se em uma empresa privada
e não de um ente público, como afirma o relatório de Barbosa.
Para
ocultar este fato, que coloca por terra o argumento que levou os réus
na AP 470 ao Complexo Penitenciário da Papuda, segundo o dossiê
apresentado por Pizzolato,
que tem cidadania italiana, o então procurador-geral da República
Antonio Fernando de Souza e o ministro Joaquim Barbosa criaram, em 2006,
e mantiveram sob segredo de Justiça dois procedimentos judiciais
paralelos à Ação Penal 470. Por esses dois outros procedimentos passaram
parte das investigações do chamado caso do ‘mensalão’.
O
inquérito sigiloso de número 2474 correu paralelamente ao processo do
chamado ‘mensalão’, que levou à condenação, pelo STF, de 38 dos 40
denunciados por envolvimento no caso, no final do ano passado, e
continua em aberto. E desde 2006 corre na 12ª Vara de Justiça Federal,
em Brasília, um processo contra o ex-gerente executivo do Banco do
Brasil, Cláudio de Castro Vasconcelos, pelo exato mesmo crime pelo qual
foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) o ex-diretor de
Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato.
Esses
dois inquéritos receberam provas colhidas posteriormente ao
oferecimento da denúncia ao STF contra os réus do ‘mensalão’ pelo
procurador Antônio Fernando, em 30 de março de 2006. Pelo menos uma
delas, “o Laudo de número 2828, do Instituto de Criminalística da
Polícia Federal, teria o poder de inocentar Pizzolato”, afirma o dossiê.
Dinheiro da Visanet
Ainda
segundo o relatório que Pizzolato apresentará, em sua defesa, na corte
italiana, um tribunal de exceção foi montado no Brasil com o único
objetivo de desmoralizar o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
em uma clara tentativa de apeá-lo do poder antes do tempo. Embora o
estratagema tenha funcionado ao contrário, com mais um mandato popular
surgido das urnas ao líder petista, que em seguida elegeu a sucessora,
Dilma Rousseff, o STF seguiu adiante e conseguiu que o ex-ministro José
Dirceu e o deputado José Genoino (PT-SP) fossem conduzidos à prisão.
Pizzolato
relata, em detalhes, as operações realizadas na campanha política de
2002 e suas ações na diretoria de Marketing do Banco do Brasil. No
dossiê, ele contesta os documentos acatados como verdadeiros na AP 470.
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