Jornal do Terra
Polícia liberta bolivianos que eram "vendidos" no centro de São Paulo
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A
polícia recuperou dois imigrantes bolivianos que um compatriota tentava
"vender" em uma feira que acontece na comunidade boliviana no centro de
São Paulo, informou nesta sexta-feira um centro de apoio aos
imigrantes.
O
insólito fato ocorreu no domingo na tradicional feira boliviana do
bairro do Brás, mas só foi divulgada hoje em entrevista dada pelo
sacerdote Roque Patussi, que trabalha no Centro de Apoio ao Imigrante
(Cami) em São Paulo.
O
Cami ofereceu abrigo aos dois bolivianos depois de o homem que os
oferecia por R$ 1 mil fugir ao perceber a presença da polícia, chamada
por testemunhas da tentativa de comércio
A
promotoria de São Paulo já iniciou uma investigação para tentar
identificar o traficante de pessoas, que será acusado de trabalho
análogo à escravidão, enquanto o Cami tenta legalizar a permanência das
vítimas no Brasil.
Os
dois bolivianos contaram ter chegado a São Paulo com a promessa de
receber US$ 500 mensais para trabalhar em uma oficina de confecções,
atividade a que milhares de imigrantes da Bolívia se dedicam em São
Paulo, alguns legalmente, outros de forma clandestina.
As
vítimas disseram que, ao chegar, o proprietário da fábrica anunciou que
pagaria menos do que o prometido, e que eles se negaram a trabalhar e
pediram dinheiro para voltar à Bolívia.
O
"coiote" alegou então que já tinha perdido muito dinheiro para
trazê-los ao país e que, para ressarcir das perdas, os ofereceria a
outra pessoa interessada em seu trabalho.
Os
imigrantes não quiseram denunciar formalmente o caso por receio de
serem deportados ou sua família sofrer retaliação na Bolívia.
Segundo
Patussi, o consulado da Bolívia em São Paulo adquiriu as passagens para
que os imigrantes possam retornar a Santa Cruz de la Sierra neste final
de semana.
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