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A
Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, em atividade na Câmara
Municipal de São Paulo, declarou oficialmente nesta terça-feira (10) o
assassinato do ex-presidente da República, Juscelino Kubitschek.
Segundo
a versão oficial, JK teria morrido em uma colisão com um ônibus,
acidente ocorrido na Rodovia Presidente Dutra, em 1976. Porém, em 1996,
foi encontrado um fragmento metálico na cabeça do motorista que conduzia
o carro do ex-presidente, que havia sido identificado pelo laudo
oficial como um "prego do caixão". A conclusão foi contestada por
peritos, que afirmaram que o fragmento tinha características de um
projétil de arma de fogo.
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O
relatório reúne 90 indícios, "evidências, provas, testemunhos,
circunstâncias, contradições, controvérsias e questionamentos" mostram
que o ex-presidente foi alvo de um complô em 22 de agosto de 1976. "Não
temos dúvida de que Juscelino Kubitschek foi vítima de conspiração,
complô e atentado político", afirma o vereador Gilberto Natalini,
presidente da Comissão Municipal da Verdade.
"Acidente"
Gilberto
Natalini afirmou, em audiência pública na manhã desta terça-feira (10),
que o trabalho desmonta a versão do governo militar de que o acidente
teria sido provocado por uma colisão do Opala de JK com um ônibus, como
registrado oficialmente. Uma das provas de que o carro não sofreu uma
colisão, além do testemunho do próprio motorista do ônibus, é que existe
uma foto do Opala logo após o acidente, com a traseira intacta. Após
permanecer uma noite em poder dos agentes do governo, apareceria uma
nova foto com a lanterna traseira esquerda amassada, o que que
comprovaria a colisão (fotos ao lado, cedidas pela Comissão).
Além
disso, há o depoimendo de pelo menos 9 passageiros dizendo que não
houve batida alguma, e que o carro do ex-presidente teria ultrapassado o
ônibus já sem controle. Segundo o motorista do ônibus, ele teria parado
no primeiro posto rodoviário para informar o acidente.
Assassinato
Após
desmontar a tese do acidente, o relátório procura enumerar todos os
indícios de que o motorista de Juscelino, Gerlado Ribeiro, teria sido
assassinado. Entre os indícios está o testemunho de um caminhoneiro que
afirmou ter visto o motorista do Opala de JK debruçado com a cabeça
caída entre o volante e a porta, o que não deixa dúvidas que o motorista
do ex-presidente estava desarcordado.
O
perito Alberto Carlos de Minas relatou que, durante a exumação do
motorista de JK em 1996, foi impedido de fotografar o crânio do
motorista do ex-presidente por agentes do Estado, e no qual teria visto o
buraco de um projétil. Após o impedimento, teria recebido a informação
de que o crânio já estaria esfarelado no momento da exumação. Além disso
o perito teria sofrido ameaças para não levantar a hipótese de um
"assassinato político". A Comissão pediu à Justiça mineira por uma nova
exumação do motorista e aguarda uma resposta.
Agora
o presidente da Comissão pede que o Executivo reconheça que Juscelino
Kubitschek foi assassinado pelo regime militar. JK "morreu de morte
matada e não de morte morrida", afirmou Natalini.
* Com reportagem de Lilian Primi
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