DESESPERO DAS FAMÍLIAS
Empresa que achou pista sobre rota do MH370 usou tecnologia de ponta inédita
BBC
A
empresa de tecnologia de satélite Inmarsat disse ter confirmado o que
muitas pessoas no mundo temiam - que o voo MH370 da Malaysia Airways
caiu mesmo no sul do Oceano Índico, ao sudoeste da Austrália.
A
empresa britânica Inmarsat, uma das maiores operadores de satélites do
mundo, estava recebendo 'pings' (pequenos sinais de dados) por hora
emitidos por equipamentos a bordo do avião. Esses 'pings' continuaram
sendo emitidos por cinco horas depois que a aeronave deixou o espaço
aéreo da Malásia.
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Inicialmente,
os 'pings' - que na prática funcionam como um recado de que todos os
equipamentos estão ligados - revelaram duas possíveis rotas tomadas pelo
avião: uma pelo norte e outra pelo sul.
A
rota pelo norte parecia pouco provável porque teria sido feita em
direção a países que possuem sofisticados mecanismos de defesa aérea. O
avião dificilmente conseguiria evitar ser detectado.
A
Inmarsat, que está colaborando com as investigações, passou o final de
semana revisando todos os dados do MH370, e diz estar confiante de que o
voo tomou a rota pelo sul.
A
empresa examinou a frequência das transmissões de 'ping' e as
diferenças em relação a outros voos Boeing 777 da Malaysia Airlines.
Isso permitiu que os engenheiros construíssem um modelo de como essa frequência se altera enquanto o avião está em movimento.
Este
é o famoso efeito Doppler - que busca 'esticar' ou 'comprimir' ondas de
rádio que são emitidas por objetos em movimento. Com um carro de
polícia em movimento, por exemplo, é possível perceber que o som da
sirene varia.
Este tipo de análise é uma tecnologia de ponta que nunca foi usada antes.
O
problema é que ainda assim não há indicação concreta da localização
precisa da aeronave. Também há vários outros pontos de interrogação,
como a altura, a velocidade e a quantidade de combustível.
A única conclusão possível é que o avião estava indo em uma direção agora conhecida.
Mas
só este dado já é suficiente para confirmar os piores medos dos
familiares dos passageiros, pois revela que o avião estava se
distanciando de qualquer local onde seria possível aterrissar. A única
conclusão possível é de que ele acabou mergulhando no oceano.
'Palheiro' certo
O
vice-presidente da Inmarsat, Chris McLaughlin, disse à BBC que esta
análise fez com que a empresa explorasse possibilidades nunca antes
testadas. Seus engenheiros ainda estão analisando os dados, mas ele diz
que há poucas esperanças de chegar a novas conclusões com base neles.
Nesta
terça-feira, a entidade britânica que investiga acidentes aéreos - e
que trabalhou com a Inmarsat - prometeu revelar mais detalhes sobre a
análise.
Pelos
menos agora, as missões de busca podem saber que estão procurando 'uma
agulha no palheiro certo' - mesmo que a área vasculhada ainda seja
imensa.
As
buscas entram agora em uma fase de urgência. As baterias das
caixas-pretas dos aviões duram apenas 30 ou 40 dias - o que significa
que elas emitirão 'pings' por um tempo limitado. As equipes de busca
precisam pelo menos se aproximar dos destroços do avião para conseguir
captar esses sinais.
Os
dados das caixas-pretas são preservados por um bom tempo e não serão
perdidos, mesmo no caso de o avião só ser encontrado daqui a muitos
anos.
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