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Advogados de Presos Políticos
Tristeza e alegria, as duas faces da advocacia política
As histórias de quem defendeu os presos políticos
"Acho
que é importante dizer que a ditadura brasileira tem características
muito especiais. A gente vivia uma ambiguidade muito grande, porque ao
mesmo tempo em que você tinha uma fase completamente ilegal, que eram as
prisões, depois a sua prisão era legalizada e você tinha acesso a um
aparato jurídico, bastante precário, mas tinha...". É com esse
depoimento da historiadora Dulce Pandolfi que começa o quarto capítulo de Os Advogados contra a Ditadura.
As histórias tristes, trágicas, pitorescas e engraçadas em torno da atuação dos advogados durante a ditadura são lembradas, com muita emoção, neste episódio, como a defesa técnica e a defesa política, a relação com os clientes e as estratégias do Tribunal do Júri, entre outras.
"Eu costumo dizer que o advogado criminal não é cúmplice da mentira. E digo mais: que o advogado criminal promove a defesa técnica enquanto o cliente promove a autodefesa", conta o advogado Tales Castelo Branco em seu depoimento. Ele, outros tantos nomes, como Idibal Pivetta, Arthur Lavigne, Sigmaringa Seixas e Técio Lins e Silva contam as histórias daquele período, no qual defendiam todos os acusados. E as histórias têm duas faces.
As histórias tristes, trágicas, pitorescas e engraçadas em torno da atuação dos advogados durante a ditadura são lembradas, com muita emoção, neste episódio, como a defesa técnica e a defesa política, a relação com os clientes e as estratégias do Tribunal do Júri, entre outras.
"Eu costumo dizer que o advogado criminal não é cúmplice da mentira. E digo mais: que o advogado criminal promove a defesa técnica enquanto o cliente promove a autodefesa", conta o advogado Tales Castelo Branco em seu depoimento. Ele, outros tantos nomes, como Idibal Pivetta, Arthur Lavigne, Sigmaringa Seixas e Técio Lins e Silva contam as histórias daquele período, no qual defendiam todos os acusados. E as histórias têm duas faces.
"Posso contar histórias de rir nesse período de chorar", diz o advogado Modesto da Silveira
ao lembrar de um jovem preso que, naquela época, tinha a aparência dos
que eram considerados subversívos: usava barba e era cabeludo e, para
agravar a situação, carregava um livro embaixo do braço, próximo de uma
universidade.
"Esse jovem foi preso e estava para ser arrebentado e torturado porque encontraram com ele uma anotação: Maiakovsky. E o rapaz foi preso porque tinha que denunciar o espião russo. Não adiantava explicar que se tratava de um poeta russo. Então, quando o sujeito ia torturá-lo, o chefe entrou e perguntou 'que barulho é esse?' e o sujeito disse 'olha aí chefe, ele não quer dizer aonde está o espião russo'. E o chefe, muito circunspecto, olhou e disse: 'seu burro, você não vê que são dois: um espião brasileiro amigo dele, que é o Maia; e o outro, que é o Kovsky?? Ele tem que dar conta dos dois'", relata Modesto, fazendo referência à ignorância dos acusadores.
"Esse jovem foi preso e estava para ser arrebentado e torturado porque encontraram com ele uma anotação: Maiakovsky. E o rapaz foi preso porque tinha que denunciar o espião russo. Não adiantava explicar que se tratava de um poeta russo. Então, quando o sujeito ia torturá-lo, o chefe entrou e perguntou 'que barulho é esse?' e o sujeito disse 'olha aí chefe, ele não quer dizer aonde está o espião russo'. E o chefe, muito circunspecto, olhou e disse: 'seu burro, você não vê que são dois: um espião brasileiro amigo dele, que é o Maia; e o outro, que é o Kovsky?? Ele tem que dar conta dos dois'", relata Modesto, fazendo referência à ignorância dos acusadores.
Direção: Silvio Tendler
Produção: Ana Rosa Tendler
Locução: Eduardo Tornagui
Produção: Ana Rosa Tendler
Locução: Eduardo Tornagui
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