QUEDA DE BRAÇO & DISPUTA DE PODER
Jornal do Terra
EUA: Senado derruba orçamento; impasse paralisa governo
30 de setembro de 2013 • 23h17 • atualizado 01 de outubro de 2013 • 03h05
Presidente da Câmara, John Andrew Boehner conversa com jornalistas após rejeição da proposta de orçamentoFoto: Reuters
A
oposição republicana impôs uma dura derrota ao governo do presidente
Barack Obama ao rejeitar sua proposta de orçamento e paralisar
parcialmente a administração federal, pela primeira vez em 17 anos,
bloqueando o pagamento de funcionários e impedindo repasse de verbas
federais.
O impasse durou até a meia-noite de segunda-feira. As negociações duraram até os últimos minutos.
A
falta de acordo entre republicanos e democratas é o último capítulo da
batalha em torno da reforma da Saúde, uma das bandeiras de campanha de
Obama e o alvo preferencial da oposição, que rejeita veementemente o
plano.
Com
a falta de acordo, todos os serviços não essenciais de caráter federal
devem ser suspensos no país. Mais de 700 mil funcionarios públicos devem
ser mandados para casa por tempo indeterminado.
Parques
e museus federais, como a Estátua da Liberdade, devem fechar;
aposentados e pessoas que ganham benefícios do governo podem deixar de
receber e serviços como emissão de vistos e passaportes serão afetados.
A
paralisação do governo, que entra em vigor na primeira hora de
terça-feira, ocorre após o Senado ter rejeitado na segunda-feira, por 54
votos a 46, uma proposta de orçamento que havia recebido anteriormente o
aval da Câmara dos Representantes (deputados).
O
texto votado na Câmara, que tem maioria republicana, e rejeitado pelo
Senado, onde a maioria dos legisladores são democratas, aprovava o
orçamento desde que a controversa reforma do sistema de saúde só entre
em vigor em um ano - com o que os democratas não concordam.
Se não houver acordo para a aprovação do orçamento até a meia-noite (hora local, 23h em Brasília),
Crise da dívida
Parte
da lei que contempla a reforma da saúde - apelidada nos Estados Unidos
de Obamacare -, aprovada em meio a uma batalha política em 2010 e
validada pela Suprema Corte após contestação republicana, deve entrar em
vigor na terça-feira.
Obama
chegou a fazer um pronunciamento após a votação no Senado, apelando
para um acordo e acusando os republicanos de criar uma crise que irá
prejudicar a economia.
"Uma paralisação terá um impacto muito real e imediato sobre as pessoas", alertou.
Endividamento
A paralisação do governo, porém, não é a única crise que o governo americano enfrenta no momento.
Democratas e republicanos também se desentendem a respeito do aumento do limite de empréstimos por parte do governo.
O
Secretário do Tesouro, Jack Lew, alertou que os Estados Unidos vão
atingir o teto da dívida pública no dia 17 de outubro, ficando com a
metade do dinheiro necessário para arcar com seus compromissos.
No
início deste mês, Lew disse que a menos que o país possa expandir seu
limite de crédito, o país terá cerca de US$ 30 bilhões para pagar
dívidas, que podem chegar a US$ 60 bilhões.
Um
eventual fracasso em elevar o teto da dívida pode levar o país a ficar
inadimplente, o que, na avaliação de Obama, pode ser mais perigoso do
que um eventual fechamento do governo.
Washington
enfrentou um impasse similar em 2011. Republicanos e democratas só
chegaram a um acordo no dia em que expirava o prazo para decidir sobre o
aumento do teto da dívida.
Não
tivesse sido resolvida, a briga poderia ter levado o país a falhar em
honrar com seus compromissos financeiros. Ainda assim, o impasse foi
suficiente para que a agência de crédito Standard & Poor rebaixasse
pela primeira vez a nota de dívida do país.
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