A espionagem da Vale: organizações do MA e PA tem "prontuários" na maior empresa privada do Brasil
É legal ou legítimo que uma empresa privada tenha
nos seus arquivos prontuários de pessoas que lhe interessam, incomodam ou são
seus inimigos? Pois a Vale, a segunda maior mineradora do mundo, tem. Não se
tratam de fichas, anotações ou clippings. A designação que a empresa deu a
esses registros personalizados é mesmo de prontuários, consagrados pelo
aparelho policial e tingidos de negro pelo aparato de repressão.
O batismo não deixa de ser um ato falhado, psicanaliticamente falando. O serviço de informações e inteligência da maior empresa privada do Brasil, da qual o país depende como nunca antes, é conduzido também por ex-agentes do serviço de informações do governo, novos ou mais antigos, remanescentes da era do SNI e integrantes da Abin, hibridismo da época da ditadura com a democracia.
A coordenadoria de serviços especiais corporativos, ligada à auditoria interna, subordinada, por sua vez, ao conselho de administração, foi criada em 2003. Seu objetivo era prevenir perdas e combater fraudes dentro da empresa. Parece que a princípio ela se circunscreveu a essa missão, mas logo deu início a atividades ilegais de espionagem, recorrendo a grampos telefônicos, quebra de sigilo bancário e invasão de privacidade. Além do pessoal próprio, utilizou consultorias privadas.
Em abril de 2010, a “atualização do prontuário do jornalista Lúcio Flávio de Farias Pinto” custou 10 reais à Vale. Não sei o que esse prontuário contém, mas já há um mau indício: colocaram um “s” excedente no meu sobrenome Faria.
Uma empresa do porte da Vale precisa ter o seu setor de inteligência. Ele cuida de informações e contrainformações para melhor atender a corporação na sua guerra de mercado, que envolve espionagem. Boicote e sabotagem, e nas relações com o mundo externo.
Mas desde que um ex-integrante desse serviço, o gerente de inteligência André Almeida, demitido em março deste ano por justa causa, repassou documentos que permitiram à revista Veja revelar os intestinos da mineradora, a questão é saber se a Vale atua dentro de limites legais ou os extrapola e viola, agindo como se fora uma entidade pública, com direito de exercer o poder de polícia.
O batismo não deixa de ser um ato falhado, psicanaliticamente falando. O serviço de informações e inteligência da maior empresa privada do Brasil, da qual o país depende como nunca antes, é conduzido também por ex-agentes do serviço de informações do governo, novos ou mais antigos, remanescentes da era do SNI e integrantes da Abin, hibridismo da época da ditadura com a democracia.
A coordenadoria de serviços especiais corporativos, ligada à auditoria interna, subordinada, por sua vez, ao conselho de administração, foi criada em 2003. Seu objetivo era prevenir perdas e combater fraudes dentro da empresa. Parece que a princípio ela se circunscreveu a essa missão, mas logo deu início a atividades ilegais de espionagem, recorrendo a grampos telefônicos, quebra de sigilo bancário e invasão de privacidade. Além do pessoal próprio, utilizou consultorias privadas.
Em abril de 2010, a “atualização do prontuário do jornalista Lúcio Flávio de Farias Pinto” custou 10 reais à Vale. Não sei o que esse prontuário contém, mas já há um mau indício: colocaram um “s” excedente no meu sobrenome Faria.
Uma empresa do porte da Vale precisa ter o seu setor de inteligência. Ele cuida de informações e contrainformações para melhor atender a corporação na sua guerra de mercado, que envolve espionagem. Boicote e sabotagem, e nas relações com o mundo externo.
Mas desde que um ex-integrante desse serviço, o gerente de inteligência André Almeida, demitido em março deste ano por justa causa, repassou documentos que permitiram à revista Veja revelar os intestinos da mineradora, a questão é saber se a Vale atua dentro de limites legais ou os extrapola e viola, agindo como se fora uma entidade pública, com direito de exercer o poder de polícia.
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