sábado, 18 de janeiro de 2014

CONTROLE GLOBAL & TECNOLOGIA A SERVIÇO DOS DONOS DO MUNDO: EUA vigiam computador mesmo sem ter internet no mundo.

EUA vigiam computador mesmo sem ter internet mundo, afirma jornal
Agência instalou programas espiões em 100 mil máquinas, diz 'NY Times'
Alvos da ação estariam fora do país; Obama já prometera anunciar amanhã mudanças no sistema de espionagem
RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON
A Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês) instalou programas de vigilância em cerca de 100 mil computadores no mundo, segundo publicou o jornal "The New York Times" a partir de documentos vazados pelo ex-técnico da agência Edward Snowden.
Mesmo computadores fora da internet foram atingidos usando radiofrequência, a partir de cartão USB instalado fisicamente por uma pessoa no computador vigiado.
O jornal diz que aparentemente o sistema não foi usado domesticamente, mas em objetivos internacionais. Entre os alvos mais frequentes da espionagem por esse sistema estão as Forças Armadas da China e da Rússia, a polícia e os cartéis do narcotráfico do México, organismos que lidam com negociações comerciais na União Europeia e países onde há presença de células terroristas, como Índia e Paquistão.
A versão modernizada da radiofrequência chamada de Quantum, utilizada desde 2008, usa um canal secreto de ondas de rádio que pode ser transmitido por cartões USB instalados secretamente nos computadores. A informação é obtida por estações que podem estar a milhares de quilômetros do objetivo.
A porta-voz da NSA Vanee Vines disse ao jornal que a NSA "não usa serviços de inteligência para roubar segredos comerciais em benefício de empresas americanas".
MUDANÇAS LIMITADAS
A revelação ocorre às vésperas do esperado anúncio das mudanças no sistema de espionagem pelo presidente americano, Barack Obama, previsto para amanhã no Departamento de Justiça.
Também segundo o "New York Times", Obama deverá aumentar os limites ao acesso dos dados de ligações telefônicas, estabelecer proteções à privacidade de não americanos e criar um cargo de defensor público para representar as preocupações sobre quebra de privacidade no atual tribunal secreto de inteligência.
Mas o presidente deve manter os dados de ligações telefônicas nas mãos do governo (e não exclusivamente com as companhias telefônicas, como proposto por uma comissão independente) e não deve exigir que todas as consultas e pesquisas sobre essas ligações dependam de autorização judicial.
As fontes do "NYT" na Casa Branca não revelaram mais detalhes sobre o que deve mudar na espionagem no resto do mundo, especialmente em relação aos governos e chefes de Estado estrangeiros que se queixaram da vigilância, como o Brasil.
O discurso no Departamento de Justiça será a primeira resposta detalhada desde as denúncias de Snowden, feitas em junho passado.
Obama deve remeter parte das propostas de reforma da NSA ao Congresso, para dividir a responsabilidade.
Dois grupos estão insatisfeitos com as mudanças: as organizações de direitos humanos e parte do eleitorado do próprio presidente, que esperavam que ele reduzisse a escala da espionagem, ampliada na gestão George W. Bush; e as agências de inteligência e espionagem, para as quais Obama não tem defendido seu trabalho, que sofre mais escrutínio desde os atentados do 11 de Setembro.
Para estes últimos, as mudanças podem dificultar e fazer demorarem os procedimentos para investigações sobre potenciais terroristas.

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