Julgamento ameaça planos do PMDB mineiro
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PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
DE BELO HORIZONTE
O
julgamento do mensalão tucano em 2014 no Supremo Tribunal Federal
poderá atrapalhar os planos do PMDB de lançar o senador Clésio Andrade,
um dos réus no processo, na disputa pelo governo de Minas Gerais.
Se
ocorrer no primeiro semestre, antes das convenções partidárias de
junho, haverá risco de o julgamento prejudicar as articulações do
senador para se consolidar como candidato à sucessão de Antonio
Anastasia (PSDB).
Se
Clésio conseguir viabilizar sua candidatura e o julgamento ficar para o
segundo semestre, ele estará em campanha eleitoral quando seu destino
estiver sendo discutido pelo Supremo.
O
presidente do PMDB-MG, deputado federal Saraiva Felipe, reconheceu que o
julgamento em ano eleitoral pode ser um "acidente de percurso". Disse
que a sigla "tem alternativas", mas não as citou.
Interessados
no apoio do PMDB a seus candidatos, petistas e tucanos acreditam que o
desgaste com o julgamento é capaz de convencer Clésio a desistir da
disputa. O senador descarta a possibilidade. Em encontros com petistas,
disse achar possível que o processo do mensalão tucano não avance.
Marcelo Camargo - 24.dez.2013/Folhapress
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O senador mineiro Clésio Andrade, em visita ao ministério dos Transportes
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A
Procuradoria-Geral da República acusa os tucanos de desviar R$ 3,5
milhões de empresas públicas de Minas Gerais para financiar a campanha à
reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998. Azeredo,
hoje deputado federal, perdeu a eleição e é um dos réus do processo no
STF.
O
esquema é apontado como embrião do mensalão do PT, por causa da
participação do publicitário Marcos Valério de Souza, dono de agências
que tinham contratos com o governo mineiro e depois ajudaram a
distribuir o dinheiro do mensalão do PT.
Clésio
Andrade foi sócio de Valério em uma agência e vice de Azeredo na
eleição de 1998. Ele e Azeredo negam as irregularidades. Valério está
preso desde novembro. Empresário e presidente da Confederação Nacional
dos Transportes, Clésio não quis comentar o assunto.
Se
ele desistir da disputa eleitoral, o PMDB terá como opção o empresário
Josué Gomes da Silva, recém-filiado ao partido e filho do
vice-presidente José Alencar (1931-2011).
Mas
a tese da aliança com o PT também se fortaleceria. O ministro da
Agricultura, Antonio Andrade, sonha em ser vice na provável chapa do
ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel (PT), líder das
pesquisas.
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