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Jornal do Terra
Relatório liga militares dos EUA a execuções na Colômbia
A
ajuda militar e policial dada pelos Estados Unidos à Colômbia,
principalmente entre 2000 e 2010, teve impacto no aumento substancial
dos casos de execuções extrajudiciais, conhecidas no país como "falsos
positivos", segundo um relatório divulgado pelo Movimento de
Reconciliação e a Coordenação Colômbia-Europa-Estados Unidos.
O
estudo analisa o nível de penetração da ajuda militar americana nas
diferentes unidades do exército e os registros na procuradoria de
"falsos positivos", as execuções extrajudiciais de civis apresentados
como baixas em combate em troca de benefícios econômicos ou promoções.
"Existe
uma correlação entre as brigadas do Exército que receberam um nível
médio de assistência dos Estados Unidos e a comissão de execuções
extrajudiciais", estabeleceu o estudo, sem apresentar números concretos.
A
explicação desta relação está, segundo testemunhos militares, no fato
de que havia uma política estabelecida na instituição para apresentar
altos números de guerrilheiros mortos, rebeldes ou não, o que provaria
que o auxílio americano estava surtindo efeito.
Por
isso, também conclui que "um maior percentual de unidades comandadas
por oficiais treinados pelos Estados Unidos entre 2001 e 2003 cometeram
execuções múltiplas de unidades de comandantes colombianos escolhidos ao
acaso".
Durante
o Plano Colômbia, o programa de cooperação com os Estados Unidos
implementado em 2002 para acabar com o narcotráfico e as guerrilhas pela
via militar, "mostrou um aumento substancial em estatísticas de
execuções extrajudiciais pelas Forças Armadas e a polícia, o que torna
imprescindível uma avaliação rigorosa dos impactos de tais recursos na
situação humanitária da Colômbia", recomendou o relatório.
Entre
2000 e 2010 foram registradas 5.763 execuções extrajudiciais na
Colômbia, 1.821 delas atribuídas a uma unidade do Exército por
testemunhas, órgãos judiciais e ONGs. Estima-se que durante o governo do
ex-presidente e senador eleito, Álvaro Uribe, os casos cresceram em
101%.
Os
registros começaram a diminuir em 2008, quando explodiu o escândalo dos
"falsos positivos" na pequena cidade de Soacha, próxima a Bogotá, onde
20 jovens civis foram enganados por militares para fazer um trabalho que
nunca realizaram e depois foram reportados mortos com uniformes
militares.
Em
consequência, o investimento americano começou a diminuir porque o mau
uso e as violações dos direitos humanos decorrentes do mesmo foram
comprovados.
O
presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse na segunda-feira,
após ser reeleito, que espera que os processos de paz em andamento
permitam a utilização dos recursos do Plano Colômbia, que são cada vez
menores, no pós-conflito.
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