terça-feira, 3 de junho de 2014

A desoneração da folha salarial.


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Muitos setores patronais comemoram entusiasticamente a anunciada permanência da desoneração de suas folhas salariais, como se a experiência tivesse qualquer influência nos mercados de trabalho e de consumo.
Pois enquanto o governo promete a tal desoneração para sempre, os tecnocratas alardeiam o "rombo previdenciário" exigindo mais uma reforma redutora dos benefícios dos trabalhadores.
Como este advogado já afirmou muitas vezes, o rombo não passa de uma mentira, de um jogo de números que não engana ninguém, e a responsabilidade solidária da União com o Regime Geral de Previdência Social garante que nenhum aposentado ou pensionista ficará sem receber seus proventos. Porém, isto não significa que devemos sacrificar o sistema previdenciário que levamos quase 90 anos para construir.
Entendo inadmissível a isenção de contribuição previdenciário para as filantrópicas, mesmo com toda a importância social que possam ter. A Santa Casa de Santos, por exemplo, tem todas as qualidades de filantrópica, mas em suas relações de trabalho deveria ter todas as obrigações, inclusive previdenciárias. Que dirá desta desoneração da folha salarial, sem qualquer nova renda que efetivamente compense nos cofres da Previdência Social.

Se a desoneração tivesse efetivamente a compensação na contribuição sobre lucros, tudo bem, mas esta não é a realidade; basta observar os números para ter certeza que tal desoneração sim, é um rombo no sistema previdenciário. Por mais que ainda seja superavitário o Regime Geral de Previdência Social, a desoneração, agora prometida para sempre, nem é suportável sem é justa.

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