Operador do guindaste do Itaquerão estava sem folga havia 18 dias
Segundo Ministério do Trabalho, horas extras estavam dentro da lei, mas devem ser limitadas para evitar acidentes
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL
10/12/2013 16h50
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Guindaste
desabou levando parte da arquibancada do futuro estádio do Corinthians
(Foto: William Volcov / Brazil Photo Press/Agência O Globo)
O
Ministério do Trabalho e Emprego informou nesta terça-feira (10) que
José Valter Joaquim, operador do guindaste das obras da Arena
Corinthians, em São Paulo, trabalhava há 18 dias seguidos, tendo
cumprido horas extras diariamente nesse período. Joaquim operava o
guindaste quando um acidente matou dois funcionários no final do mês passado.
Segundo
o superintendente do ministério do Trabalho em São Paulo, Luiz Antonio
Medeiros, o cumprimento das horas extras é permitido pela legislação,
mas deveria ser limitado para evitar danos aos trabalhadores. “Devido à
rapidez da obra, todo o dia aqui tem duas horas extras por dia. Estava
conversando com a Odebrecht [construtora responsável pela obra] no sentido de limitar isso”, disse. Ele ressaltou que o trabalho por um período ininterrupto é legal.
O
operador de guindaste é funcionário da Locar, empresa contratada pela
Odebrecht para operar esse tipo de equipamento. A Locar ainda não se
pronunciou sobre o caso. Em nota, a Odebrecht informou que, no período
relatado pelo ministério, o operador do guindaste ficou, na maior parte
do tempo, em área designada aguardando a liberação da peça para o
içamento.
O
Ministério do Trabalho fez nova vistoria nesta terça-feira no estádio
do Corinthians, mais especificamente nos guindastes utilizados na obra. A
equipe do ministério chegou ao local por volta das 9h30 e, até as
14h30, quatro guindastes haviam sido vistoriados. O balanço da inspeção
será divulgado ao final do dia. A expectativa é que até o dia 16 todas
as máquinas estejam liberadas, inclusive a grua quebrada, que ainda está
no local.
O
Itaquerão, como é conhecido, sediará a abertura da Copa do Mundo de
2014 e mais cinco jogos da competição, em junho do próximo ano. Antes do
acidente, a previsão para finalização do estádio era dezembro deste
ano. A entrega ficou para abril de 2014.
bc
Leia mais.
Ministério do Trabalho diz que operador de guindaste estava há 18 dias sem folga
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Responsável
por máquina que provocou acidente e morte de dois operários da Arena
Corinthians trabalhou por mais de duas semanas seguidas
O
Ministério do Trabalho esteve nesta terça-feira na Arena Corinthians,
em Itaquera, e informou que o operário José Walter Joaquim, de 56 anos,
responsável pela operação do guindaste que quebrou e matou dois operários no dia 27 de novembro completou 18 dias seguidos de trabalho sem folga no dia do fatalidade.
Segundo
Luiz Antônio Medeiros, superintendente regional do Ministério do
Trabalho, ainda não é possível dizer se havia um acordo para que Joaquim
trabalhasse todos esses dias sem folga ou que há irregularidade nesta
relação trabalhista, mas que é possível comprovar sua presença na obra
nesses dias pelo relógio de ponto da obra.
Procurada pelo iG, a Odebrecht não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta nota às 13h.
Velas são colocadas na Arena Corinthians nesta quinta-feira, um dia depois do acidente que matou dois operários
Foto: SERGIO BARZAGHI / Gazeta Press
Torcedores do Corinthians observam os estragos causados pelo acidente ocorrido nesta quarta-feira, durante as obras do Itaquerão
Foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press
Moradores da região do Itaquerão observam os danos causados pela queda de parte da estrutura da cobertiura do estádio
Foto: Oslaim Brito/Futura Press
Movimentação de paramédicos de bombeiros ao lado da arquibancada da Arena Corinthians, após acidente que matou dois operários
Foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press
Acidente na Arena Corinthians deixou dois mortos e um ferido, segundo o Corpo de Bombeiros
Foto: GERO/FUTURA PRESS
Acidente compromete o andamento das obras da Arena Corinthians, em Itaquera, que tinha entrega prevista para dezembro de 2013
Foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press
Parte da cobertura da Arena caiu sob o painel de LED do estádio
Foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press
Acidente na Arena Corinthians aconteceu na hora do almoço
Foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press
Após o acidente, as obras foram evacuadas e paralisadas
Foto: Rodrigo Gazzanel/Futura Press
Acidente na Arena Corinthians deixou dois mortos, segundo o Corpo de Bombeiros
Foto: GERO/FUTURA PRESS
Guindaste que instalava parte da cobertura desabou sobre painel de LED
Foto: GERO/FUTURA PRESS
O estádio tinha entrega prevista para dezembro de 2013
Foto: GERO/FUTURA PRESS
Engenheiros observam o local do acidente que matou dois operários na obra da Arena Corinthians, em Itaquera
Foto: Bruno Winckler/iG
Joaquim
era contratado da Locar, uma empresa terceirizada pela Odebrecht e
responsável pelo guindaste que cedeu e provocou o acidente de duas
semanas atrás. Em depoimento à polícia, o operador negou que tenham
cometido algum erro na operação que colocava uma peça de 450 toneladas
para fechar a cobertura do estádio.
Era
a 38ª e última vez que esse tipo de procedimento era realizado, sempre
com Joaquim como operador. Uma peça de igual proporção foi instalada uma
semana antes do acidente no setor Sul do estádio.
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