quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Agressão: A mulher é dele.

ESPAÇO VITAL:
Agressão na "mulher dele"...
Romance forense   |   Publicação em 05.09.14
Charge de Humberto Araújo
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Além do incidente com o jornalista Felipe Recondo que resultou no recente ajuizamento da ação por dano moral - destaque na edição de hoje (05) do Espaço Vital - o saite Wikipedia registra que Joaquim Barbosa teria agredido sua ex-mulher. O fato é de 1985 e ela chegou a registrar boletim de ocorrência numa delegacia. Tal episódio veio à tona mais uma vez em 2008, numa briga entre JB e o então ministro do STF Eros Grau.
No calor da discussão, Barbosa chamou Eros Grau de “velho caquético” e só não partiu para a agressão porque foi contido.
Eros então retrucou, lembrando do antigo episódio: “Para quem batia na mulher, não seria nada estranho que batesse em um velho também”.
O episódio da agressão já era conhecido pelos ministros do STF quando Joaquim Barbosa estava para ser nomeado pelo presidente Lula e se discutiam seus comportamentos pretéritos – procedimento comum a que são submetidos os pretendentes à mais alta Corte do país.
Lula ficou com receio de que Barbosa se transformasse num caso como o de Clarence Thomas, o juiz negro da Suprema Corte dos EUA que, ao ser nomeado para o cargo, foi acusado de assédio sexual, gerando um desgastante escândalo.
Enquanto o governo brasileiro decidia o que fazer, os comentários pipocaram no próprio Supremo.
A ministra Ellen Gracie, então a única mulher da corte, no intervalo entre uma sessão e outra, mostrou-se preocupada. "Vai vir para cá um espancador de mulher?", perguntou ao colega Carlos Velloso.
- "Foi uma separação traumática", conciliou Velloso.
- "Mas existe alguma separação que não é traumática?", interveio o ministro Gilmar Mendes.
Para desanuviar o ambiente, o ministro Nelson Jobim saiu-se com uma brincadeira machista, a pretexto de justificar a agressão:
- "A mulher era dele"...
O governo preocupou-se à toa. Indagado sobre o episódio por Marcio Tomás Bastos, ministro da Justiça, Barbosa explicou que fora "um desentendimento árduo, mas superado".
Dias depois, ele encaminhou ao Gabinete Civil da Presidência da República uma carta, assinada pela ex-mulher, reafirmando que tudo fora superado. Mais que isso, ela abonou o ex-marido – que não voltou a se casar e hoje mora com o filho do casal.
"Na verdade, houve uma agressão mútua. Isso aconteceu num dia de ânimos acirrados. Somos amigos até hoje", disse a ex-esposa de Joaquim à revista Veja.
"Foi uma briga de família provocada por ressentimentos naturais numa separação", explicou Barbosa ao ministro da Justiça. Com isso, o governo completou a indicação ao Supremo, sem temor.
É por isso que, depois do julgamento do mensalão, Lula, Dirceu, Genoíno & amigos se arrependem de, em 2003, terem dado trânsito livre para a unção de Joaquim como ministro do Supremo.

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